Lua de Saturno, Reia, também pode ter anéis
Enviado: domingo mar 09, 2008 9:02 pm
A sonda Cassini descobriu provas de material em órbita de Reia, a segunda maior lua de Saturno. É a primeira vez que anéis foram descobertos em torno de uma lua.
Um largo disco de detritos e pelo menos um anel parece ter sido detectado por um conjunto de seis instrumentos a bordo da Cassini, especificamente desenhados para estudar as atmosferas e partículas em torno de Saturno e das suas luas.
"Até agora, só se conheciam planetas que tinham anéis, mas agora Reia parece ter alguns traços familiares em relação ao seu parente anular, Saturno," disse Geraint Jones, cientista da Cassini e autor principal de um artigo que aparece na edição de dia 6 de Março da revista Science. Jones começou o seu trabalho no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar, em Katlenburg-Lindau, Alemanha, e está agora no Laboratório de Ciência Espacial Mullard, na Universidade de Londres.
Reia tem aproximadamente 150 km de diâmetro. O aparente disco de detritos mede alguns milhares de quilómetros, de ponta a ponta. As partículas que compõem este disco e quaisquer anéis embebidos provavelmente variam entre o tamanho de pequenos seixos até pedregulhos. Uma nuvem de poeira adicional pode extender-se até 5900 km desde o centro do satélite, quase oito vezes o raio de Reia.
"Tal como a descoberta de planetas à volta de outras estrelas, e luas em torno de asteróides, estes achados estão a abrir caminho para um novo campo de anéis em torno de luas," disse Norbert Krupp, cientista que trabalha com o Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini, no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar.
Desde a descoberta, os cientistas da Cassini levaram a cabo simulações numéricas para determinar se Reia pode manter anéis. Os modelos mostram que o campo gravítico de Reia, em combinação com a sua órbita em torno de Saturno, pode permitir a formação de anéis e aí permanecerem durante muito tempo.
A descoberta foi fruto de um voo rasante da Cassini por Reia em Novembro de 2005, quando instrumentos na sonda observaram o ambiente em torno do satélite. Três instrumentos estudaram a poeira directamente. A existência de alguns detritos era já esperada porque uma "chuva de poeira" atinge constantemente as luas de Saturno, incluindo Reia, libertando partículas para o espaço à sua volta. Outras observações de outros instrumentos mostraram como a lua estava interagindo com a magnetosfera de Saturno, e excluiram a possibilidade de uma atmosfera.
Além desta ténue nuvem de poeira, as evidências da existência de um disco de detritos vieram também de uma queda gradual em Reia no número de electrões detectados por dois instrumentos da Cassini. O material perto de Reia parecia proteger a Cassini da comum chuva de electrões. O Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini detectou quedas, breves mas fortes, na quantidade de electrões em ambos os lados da lua, sugerindo a presença de anéis dentro do disco de detritos. Os anéis de Urano foram descobertos de um modo semelhante, pelo Observatório Aéreo Kuiper da NASA em 1977, quando a luz de uma estrela piscou à medida que passava por trás dos anéis de Urano.
"Ver quase as mesmas assinaturas nos dois lados de Reia foi o argumento decisivo," acrescenta Jones. "Depois de excluir muitas outras possibilidades, dissémos que isto são muito provavelmente anéis. Ninguém estava à espera de anéis numa lua."
Uma possível explicação para estes anéis é poderem ser restos de uma colisão com um asteróide ou um cometa no passado distante de Reia. Tal colisão pode ter libertado grandes quantidades de gás e partículas sólidas em torno de Reia. Assim que o gás dissipitou, tudo o que restou foram as partículas anulares. Outras luas de Saturno, como por exemplo Mimas, mostram evidências de uma colisão catastrófica que quase destruiu por completo a lua.
"A diversidade no nosso Sistema Solar nunca pára de nos surpreender," disse Candy Hansen, co-autora e cientista da Cassini no Espectógrafo de Ultravioleta no JPL da NASA. "Há muitos anos pensávamos que Saturno era o único planeta com anéis. Agora podemos ter uma lua de Saturno que é uma versão em miniatura do seu parente ainda mais elaboradamente decorado."
Estes achados anulares tornam Reia uma candidata principal para estudos mais aprofundados. Observações iniciais pela equipa de imagem quando Reia estava perto do Sol no céu não detectaram a poeira em torno da lua remotamente. Estão planeadas observações adicionais para procurar partículas maiores.
Impressão de artista do anel de detritos que pode orbitar a segunda maior lua de Saturno, Reia.
Crédito: NASA/JPL/JHUAPL
Impressão de arista da sonda da NASA/ESA/ASI, Cassini-Huygens, em órbita de Saturno e dos seus magníficos anéis. O brilho no magnetómetro na parte de baixo da sonda é o reflexo do Sol.
Crédito: NASA
Fonte Astronomia Online
Um largo disco de detritos e pelo menos um anel parece ter sido detectado por um conjunto de seis instrumentos a bordo da Cassini, especificamente desenhados para estudar as atmosferas e partículas em torno de Saturno e das suas luas.
"Até agora, só se conheciam planetas que tinham anéis, mas agora Reia parece ter alguns traços familiares em relação ao seu parente anular, Saturno," disse Geraint Jones, cientista da Cassini e autor principal de um artigo que aparece na edição de dia 6 de Março da revista Science. Jones começou o seu trabalho no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar, em Katlenburg-Lindau, Alemanha, e está agora no Laboratório de Ciência Espacial Mullard, na Universidade de Londres.
Reia tem aproximadamente 150 km de diâmetro. O aparente disco de detritos mede alguns milhares de quilómetros, de ponta a ponta. As partículas que compõem este disco e quaisquer anéis embebidos provavelmente variam entre o tamanho de pequenos seixos até pedregulhos. Uma nuvem de poeira adicional pode extender-se até 5900 km desde o centro do satélite, quase oito vezes o raio de Reia.
"Tal como a descoberta de planetas à volta de outras estrelas, e luas em torno de asteróides, estes achados estão a abrir caminho para um novo campo de anéis em torno de luas," disse Norbert Krupp, cientista que trabalha com o Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini, no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar.
Desde a descoberta, os cientistas da Cassini levaram a cabo simulações numéricas para determinar se Reia pode manter anéis. Os modelos mostram que o campo gravítico de Reia, em combinação com a sua órbita em torno de Saturno, pode permitir a formação de anéis e aí permanecerem durante muito tempo.
A descoberta foi fruto de um voo rasante da Cassini por Reia em Novembro de 2005, quando instrumentos na sonda observaram o ambiente em torno do satélite. Três instrumentos estudaram a poeira directamente. A existência de alguns detritos era já esperada porque uma "chuva de poeira" atinge constantemente as luas de Saturno, incluindo Reia, libertando partículas para o espaço à sua volta. Outras observações de outros instrumentos mostraram como a lua estava interagindo com a magnetosfera de Saturno, e excluiram a possibilidade de uma atmosfera.
Além desta ténue nuvem de poeira, as evidências da existência de um disco de detritos vieram também de uma queda gradual em Reia no número de electrões detectados por dois instrumentos da Cassini. O material perto de Reia parecia proteger a Cassini da comum chuva de electrões. O Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini detectou quedas, breves mas fortes, na quantidade de electrões em ambos os lados da lua, sugerindo a presença de anéis dentro do disco de detritos. Os anéis de Urano foram descobertos de um modo semelhante, pelo Observatório Aéreo Kuiper da NASA em 1977, quando a luz de uma estrela piscou à medida que passava por trás dos anéis de Urano.
"Ver quase as mesmas assinaturas nos dois lados de Reia foi o argumento decisivo," acrescenta Jones. "Depois de excluir muitas outras possibilidades, dissémos que isto são muito provavelmente anéis. Ninguém estava à espera de anéis numa lua."
Uma possível explicação para estes anéis é poderem ser restos de uma colisão com um asteróide ou um cometa no passado distante de Reia. Tal colisão pode ter libertado grandes quantidades de gás e partículas sólidas em torno de Reia. Assim que o gás dissipitou, tudo o que restou foram as partículas anulares. Outras luas de Saturno, como por exemplo Mimas, mostram evidências de uma colisão catastrófica que quase destruiu por completo a lua.
"A diversidade no nosso Sistema Solar nunca pára de nos surpreender," disse Candy Hansen, co-autora e cientista da Cassini no Espectógrafo de Ultravioleta no JPL da NASA. "Há muitos anos pensávamos que Saturno era o único planeta com anéis. Agora podemos ter uma lua de Saturno que é uma versão em miniatura do seu parente ainda mais elaboradamente decorado."
Estes achados anulares tornam Reia uma candidata principal para estudos mais aprofundados. Observações iniciais pela equipa de imagem quando Reia estava perto do Sol no céu não detectaram a poeira em torno da lua remotamente. Estão planeadas observações adicionais para procurar partículas maiores.
Impressão de artista do anel de detritos que pode orbitar a segunda maior lua de Saturno, Reia.
Crédito: NASA/JPL/JHUAPL
Impressão de arista da sonda da NASA/ESA/ASI, Cassini-Huygens, em órbita de Saturno e dos seus magníficos anéis. O brilho no magnetómetro na parte de baixo da sonda é o reflexo do Sol.
Crédito: NASA
Fonte Astronomia Online