- domingo jan 06, 2008 11:05 pm
#19580
UMA "AGRESSÃO" À ESCALA CÓSMICA
Com o auxílio de vários observatórios espaciais e terrestres, uma equipa de
astrónomos testemunhou, pela primeira vez, um fenómeno de incomparável
violência galáctica. Dados provenientes dos vários observatórios revelaram uma
galáxia a sofrer o efeito devastador de um jacto poderoso, proveniente de um
buraco negro super-massivo localizado no centro de uma galáxia vizinha.
As duas galáxias, a "agressora" e a "vítima", orbitam em torno de um centro de
massa comum e constituem um sistema designado por 3C321.
Para ver uma imagem no óptico, obtida pelo telescópio espacial Hubble, do
sistema 3C321.
Dados obtidos com o auxílio do telescópio espacial de raios-X Chandra, revelam
que ambas as galáxias do 3C321 possuem buracos negros super-massivos no seu
centro. A galáxia "agressora", de maior dimensão, apresenta também um jacto
poderoso que terá origem na actividade do seu buraco negro. Aparentemente a
galáxia de menor dimensão terá atravessado o caminho deste jacto, tornando-se
assim vítima do seu efeito devastador.
Para ver uma imagem composta e uma ilustração artística do sistema 3C321 onde é
possível observar o jacto.
A imagem à esquerda é uma composição de 4 imagens em comprimentos de onda
diferentes, obtidas pelos telescópios espaciais Chandra (raios-X) e Hubble
(visível e ultravioleta) e, pelos telescópios terrestres VLA e MERLIN (rádio).
Pode-se ver na imagem o jacto proveniente da galáxia de maior dimensão, no
canto inferior esquerdo, a colidir com a extremidade da galáxia mais pequena. O
impacto do jacto com a pequena galáxia faz com que este seja deflectido e
disperso. A imagem à direita é uma ilustração artística do mesmo sistema.
Os astrónomos tinham já observado vários jactos originados pela actividade de
buracos negros, no entanto nunca tinham observado um destes jactos a colidir
com outra galáxia. Este acontecimento poderá ter inúmeras consequências para a
galáxia vítima deste embate.
Os jactos provenientes de buracos negros super-massivos produzem grandes
quantidades de radiação energética, principalmente raios-X e raios gama, que
podem ser extremamente destruidores. Os efeitos combinados desta radiação e das
partículas constituintes do jacto, que viajam a velocidades próximas da
velocidade da luz, podem levar à destruição da atmosfera de planetas que se
encontrem no caminho do jacto.
Acredita-se no entanto, que nem todas as consequências são nefastas para a
galáxia atingida pelo jacto. O grande fluxo de radiação e as ondas de choque
geradas pelo jacto poderão também induzir a formação de um grande número de
estrelas e planetas, após uma fase inicial mais destruidora.
Sabe-se que os jactos provenientes de buracos negros super-massivos transportam
quantidades enormes de energia muito para além do seu local de origem, e
frequentemente muito para além da galáxia onde são formados. Sabe-se também que
estes jactos são observados por todo o Universo, pelo que a compreensão dos
mecanismos que os originam e que regem os seus efeitos a larga escala é hoje um
dos maiores objectivos da astrofísica moderna. A nova descoberta permite aos
astrónomos estudar o comportamento destes jactos perante uma colisão com outro
objecto - neste caso, uma outra galáxia.
As duas galáxias do sistema 3C321 encontram-se extremamente próximas.
A distância que separa uma da outra é sensivelmente a mesma distância a que a
Terra se encontra do centro da Via Láctea - cerca de 20 mil anos-luz. Devido à
proximidade dos dois objectos, o jacto proveniente de uma das galáxias tem um
efeito significativo na galáxia companheira.
Um dos aspectos únicos desta descoberta é o facto de o tempo de vida deste
evento ser relativamente curto numa escala de tempo cósmica. As observações
efectuadas pelo telescópio VLA (Very Large Array) e pelo Chandra, indicam que a
colisão do jacto com a galáxia vizinha teve início há apenas um milhão de anos,
o que corresponde a uma pequena fracção do tempo de vida do sistema. A raridade
de tal evento no Universo próximo, faz do 3C321 uma oportunidade única para o
estudo desta "agressão cósmica".
Fonte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/index.html
Com o auxílio de vários observatórios espaciais e terrestres, uma equipa de
astrónomos testemunhou, pela primeira vez, um fenómeno de incomparável
violência galáctica. Dados provenientes dos vários observatórios revelaram uma
galáxia a sofrer o efeito devastador de um jacto poderoso, proveniente de um
buraco negro super-massivo localizado no centro de uma galáxia vizinha.
As duas galáxias, a "agressora" e a "vítima", orbitam em torno de um centro de
massa comum e constituem um sistema designado por 3C321.
Para ver uma imagem no óptico, obtida pelo telescópio espacial Hubble, do
sistema 3C321.
Dados obtidos com o auxílio do telescópio espacial de raios-X Chandra, revelam
que ambas as galáxias do 3C321 possuem buracos negros super-massivos no seu
centro. A galáxia "agressora", de maior dimensão, apresenta também um jacto
poderoso que terá origem na actividade do seu buraco negro. Aparentemente a
galáxia de menor dimensão terá atravessado o caminho deste jacto, tornando-se
assim vítima do seu efeito devastador.
Para ver uma imagem composta e uma ilustração artística do sistema 3C321 onde é
possível observar o jacto.
A imagem à esquerda é uma composição de 4 imagens em comprimentos de onda
diferentes, obtidas pelos telescópios espaciais Chandra (raios-X) e Hubble
(visível e ultravioleta) e, pelos telescópios terrestres VLA e MERLIN (rádio).
Pode-se ver na imagem o jacto proveniente da galáxia de maior dimensão, no
canto inferior esquerdo, a colidir com a extremidade da galáxia mais pequena. O
impacto do jacto com a pequena galáxia faz com que este seja deflectido e
disperso. A imagem à direita é uma ilustração artística do mesmo sistema.
Os astrónomos tinham já observado vários jactos originados pela actividade de
buracos negros, no entanto nunca tinham observado um destes jactos a colidir
com outra galáxia. Este acontecimento poderá ter inúmeras consequências para a
galáxia vítima deste embate.
Os jactos provenientes de buracos negros super-massivos produzem grandes
quantidades de radiação energética, principalmente raios-X e raios gama, que
podem ser extremamente destruidores. Os efeitos combinados desta radiação e das
partículas constituintes do jacto, que viajam a velocidades próximas da
velocidade da luz, podem levar à destruição da atmosfera de planetas que se
encontrem no caminho do jacto.
Acredita-se no entanto, que nem todas as consequências são nefastas para a
galáxia atingida pelo jacto. O grande fluxo de radiação e as ondas de choque
geradas pelo jacto poderão também induzir a formação de um grande número de
estrelas e planetas, após uma fase inicial mais destruidora.
Sabe-se que os jactos provenientes de buracos negros super-massivos transportam
quantidades enormes de energia muito para além do seu local de origem, e
frequentemente muito para além da galáxia onde são formados. Sabe-se também que
estes jactos são observados por todo o Universo, pelo que a compreensão dos
mecanismos que os originam e que regem os seus efeitos a larga escala é hoje um
dos maiores objectivos da astrofísica moderna. A nova descoberta permite aos
astrónomos estudar o comportamento destes jactos perante uma colisão com outro
objecto - neste caso, uma outra galáxia.
As duas galáxias do sistema 3C321 encontram-se extremamente próximas.
A distância que separa uma da outra é sensivelmente a mesma distância a que a
Terra se encontra do centro da Via Láctea - cerca de 20 mil anos-luz. Devido à
proximidade dos dois objectos, o jacto proveniente de uma das galáxias tem um
efeito significativo na galáxia companheira.
Um dos aspectos únicos desta descoberta é o facto de o tempo de vida deste
evento ser relativamente curto numa escala de tempo cósmica. As observações
efectuadas pelo telescópio VLA (Very Large Array) e pelo Chandra, indicam que a
colisão do jacto com a galáxia vizinha teve início há apenas um milhão de anos,
o que corresponde a uma pequena fracção do tempo de vida do sistema. A raridade
de tal evento no Universo próximo, faz do 3C321 uma oportunidade única para o
estudo desta "agressão cósmica".
Fonte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/index.html