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Por VIP3R
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A sonda Mars Odyssey da NASA descobriu evidências de depósitos de sal. Estes depósitos realçam locais onde a água foi já abundante e onde provas poderão existir de possível vida marciana no passado do Planeta Vermelho.

Uma equipa liderada por Mikki Osterloo da Universidade do Hawaii, em Honolulu, descobriu aproximadamente 200 locais no sul de Marte que mostram características espectrais consistentes com minerais de cloreto. O cloreto é parte de muitos tipos de sal, tais como o cloreto de sódio. Estes locais variam entre um quilómetro quadrado e até 25 vezes esse tamanho.

"Podem ter vindo de água subterrânea que alcançou a superfície em locais baixos," disse Osterloo. "A água evaporaria e deixaria os depósitos de minerais, que se acumularam ao longo dos anos. Os locais não têm qualquer ligação, por isso é improvável que sejam restos de um oceano global.

Os cientistas usaram o Sistema de Imagem de Emissão Térmica a bordo da Mars Odyssey, uma câmara desenhada e controlada pela Universidade Estatal do Arizona, em Tempe, para tirar imagens num intervalo do espectro visível e no infravermelho. Os comprimentos de onda no infravermelho são úteis para identificar os diferentes tipos de rocha e minerais na superfície marciana. Osterloo descobriu os locais ao procurar por milhares de imagens processadas para revelar, em cores falsas, composições diferentes da superfície marciana.

Desenhados num mapa de Marte, os locais com cloretos aparecem apenas nas terras altas do Sul, as rochas mais antigas de Marte. Osterloo e outros sete co-autores anunciam os seus achados na última edição da revista Science.

"Muitos dos depósitos situam-se em bacias com canais," disse Philip Christensen, co-autor e investigador principal da câmara na Universidade Estatal do Arizona. "Este é o tipo de característica, como os depósitos de sal na Terra, que são consistentes com o fluxo de água ao longo de um gande período de tempo."

Os cientistas pensam que os depósitos de sal se formaram entre aproximadamente 3,5 e 3,9 mil milhões de anos. Algumas linhas de provas sugerem que Marte teve nessa altura períodos intermitentes com condições substancialmente mais molhadas e quentes do que o clima seco e frígido de hoje em dia.

Ao pesquisar por provas de vida passada em Marte, focaram-se principalmente em vários locais que mostravam evidências de argilas ou minerais de sulfato. As argilas indicam desgaste devido à acção da água, e os sulfatos podem ter sido formados devido à evaporação da mesma. A nova pesquisa, no entanto, sugere um mineral alternativo para explorar restos biológicos.

"Pela sua natureza, depósitos de sal apontam para grandes quantidades de água, que potencialmente podem permanecer em pequenos lagos à medida que evaporam," disse Christensen. "Isso é crucial. Para a vida, tudo tem a ver com um habitat que dura algum tempo."

Saber se a vida já existiu em Marte é a maior questão científica que conduz a pesquisa de Marte. Na Terra, o sal é bom para preservar material orgânico. Bactérias já foram "ressuscitadas" em laboratório depois de terem sido preservadas em depósitos de sal por milhões de anos.

"Esta descoberta demonstra o valor contínuo da missão científica da Odyssey, agora entrando no seu sétimo ano. Quanto mais olhamos para Marte, mais fascinante se torna," disse Jeffrey Plaut, cientista do projecto no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia.

"Este é um resultado espectacular e cientificamente excitante obtido a partir de uma missão de relativamente baixo custo da NASA, que tem ainda anos de vida," disse Alan Stern, vice-administrador do Directorado de Missões Científicas da NASA, em Washington. "É melhor prepararmo-nos, pois ainda mais resultados surpreendentes de Marte estão para chegar."



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Esta imagem providencia vistas de mais alta-resolução de um local onde outra observações indica a presença de depósitos de sal.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona/Universidade Estatal do Arizona/Universidade do Hawa

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O azul marca um depósito de minerais de cloreto (sal) nas terras-altas do Sul de Marte, nesta imagem em cores-falsas, que realçam as diferenças entre as composições químicas.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona/Universidade Estatal do Arizona/Universidade do Hawaii


Fonte astronomia online
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