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Por VIP3R
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#19675
A sonda da NASA, Voyager 2, seguiu a sua gémea, a Voyager 1, para a fonteira final do Sistema Solar, uma vasta região no seu limite onde o vento solar colide com o fino gás entre as estrelas.

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No entanto, a Voyager 2 tomou um percurso diferente, entrando nesta região, em inglês denominada "heliosheath", a 30 de Agosto de 2007. Devido à Voyager 2 ter ultrapassado o choque de terminação do vento solar, a cerca de 16 mil milhões de quilómetros da Voyager 1 e quase 1,6 mil milhões de quilómetros mais próximo do Sol, confirmou que o nosso Sistema Solar é "esborrachado" ou "amolgado" - que a bolha esculpida no espaço interestelar pelo vento solar não é perfeitamente redonda. No local onde a Voyager 2 fez a sua travessia, a bolha é puxada para mais perto do Sol pelo campo magnético interestelar local.

"A Voyager 2 continua a sua viagem de descoberta, atravessando o choque de terminação várias vezes à medida que entra na camada exterior da bolha heliosférica gigante que rodeia o Sol, e juntando-se à Voyager 1 na última fase da corrida até ao espaço interestelar," disse o cientista do projecto Voyager, Edward Stone, do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA. Os resultados da passagem do choque de terminação pela Voyager 2 foram apresentados na reunião de Outono da União Geofísica Americana em São Francisco.

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O vento solar é um fino gás de partículas carregadas electricamente (plasma), libertados para o espaço pelo Sol. O vento solar sopra em todas as direcções esculpindo uma bolha para o espaço interestelar que se estende para lá da órbita de Plutão. Esta bolha é chamada heliosfera, e a Voyager 1 foi a primeira sonda a explorar a sua camada exterior, quando atravessou para a "heliosheath" em Dezembro de 2004. À medida que a Voyager 1 fazia a sua passagem histórica, encontrou a onda de choque que rodeia o nosso Sistema Solar, o chamado choque de terminação do vento solar, a região onde o vento solar diminui abruptamente de velocidade, devido à pressão do gás e do campo magnético do espaço interestelar.

Embora a Voyager 2 seja a segunda sonda a passar o choque de terminação, é cientificamente excitante por várias razões. A sonda Voyager 2 tem a bordo um instrumento científico que estuda o plasma, em pleno funcionamento, que pode medir directamente a velocidade, densidade e temperatura do vento solar. Este instrumento já não funciona na Voyager 1 e as estimativas da velocidade do vento solar tiveram que ser feitas indirectamente. Em segundo lugar, a Voyager 1 pode ter tido apenas uma passagem pelo choque, e isso aconteceu durante um hiato entre os dados. Mas a Voyager 2 teve pelo menos cinco passagens pelo choque de terminação ao longo de um par de dias (o choque de terminação "ondula" para trás e para a frente como as ondas na praia, permitindo passagens múltiplas), e três delas estão claramente presentes nos dados. Mostram-nos um choque inesperado.

Numa onda de choque normal, o material em movimento rápido diminui de velocidade e forma uma região mais densa e quente à medida que encontra um obstáculo. No entanto, a Voyager 2 encontrou uma temperatura muito mais baixa para lá do choque do que foi prevista. Isto provavelmente indica que a energia está sendo transferida para as partículas de raios cósmicos que foram acelerados até altas velocidades no choque.

"Os novos dados importantes descrevendo o choque de terminação estão ainda a ser estudados, mas é-nos óbvio que a Voyager surpreendeu novamente," disse Eric Christan, cientista do programa Voyager na sede da NASA em Washington, EUA.

As duas sondas Voyager serão as únicas fontes de observação local desta distante mas altamente interessante região durante anos. Mas no Verão de 2008, a NASA irá lançar uma missão especificamente desenhada para estudar o choque de terminação e a "heliosheath", remotamente a partir da órbita da Terra. A sonda IBEX (Interstellar Boundary Explorer) liderada por David McComas do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, irá usar átomos neutros energéticos para criar mapas globais do céu, em vários graus de energia, da interacção da heliosfera com o espaço interestelar. Os átomos neutros energéticos são formados quando as partículas energéticas carregadas electricamente "roubam" um electrão de outra partícula. Uma vez neutros, viajam a direito, sem sofrerem o efeito do campo solar magnético. A sonda IBEX irá detectar algumas das partículas que possam viajar na direcção da Terra, e o número e energia das partículas oriundas de todas as direcções irão dizer-nos muito mais sobre a estrutura global da interacção entre a heliosfera e o espaço interestelar.



Fonte: Astronomia On-line
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