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Por VIP3R
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Cientistas da NASA e um astronauta do vaivém espacial delinearam os detalhes de uma difícil missão que irá reparar e actualizar o Telescópio Espacial Hubble em 2008. A missão de manutenção do Hubble, designada STS-125, irá equipar o observatório orbital com capacidades muito maiores que jamais teve para explorar a natureza e história do nosso Universo. Estima-se que será 90 vezes mais poderoso do que era no seu auge tecnológico.

Espera-se que o Vaivém Espacial Atlantis descole em Agosto com uma tripulação de sete astronautas e uma carga de equipamento, ferramentas e novos instrumentos na quinta e final missão de manutenção do venerável telescópio, que orbita 560 km acima da Terra. O vaivém irá também transportar uma câmara IMAX para registar a missão histórica para um filme com lançamento previsto para 2010.

Na reunião de Inverno da Sociedade Astronómica Americana, Alan Stern, vice-administrador da Direcção de Missões Científicas na sede da NASA em Washington, disse: "O Hubble é, sem exagero, um tesouro nacional, e a NASA está ansiosa por vê-lo receber esta reparação e upgrade. Penso que as pessoas ficarão excitadas quando virem desabrochar os resultados desta excitante missão do vaivém em novas descobertas sobre o Sistema Solar e o Universo em que vivemos. E há que dizê-lo: não há nada mais excitante do que mandar uma equipa de astronautas e instrumentos altamente sofisticados para tornar o Hubble melhor do que alguma vez foi."

A missão do vaivém durará 11 dias e terá cinco passeios espaciais. Durante estes, os astronautas instalarão dois poderosos e novos instrumentos científicos, um novo conjunto de giroscópios que ajudará a estabilizar o telescópio, baterias e mantas térmicas para prolongar a vida operacional do Hubble pelo menos até 2013. Também, se tudo correr bem, um desactualizado sensor de guiagem, um dos três a bordo do Hubble, será substituído por uma nova unidade, que ajudará a manter a capacidade do Hubble apontar e focar objectos astronómicos pelo Universo fora.

"Tanto como astronauta e astrónomo, a oportunidade de voltar ao Hubble é mais do que um sonho tornado realidade," disse John Grunsfeld, que será o líder dos passeios espaciais da missão. "Esta missão promete dar desafios. A NASA juntou a mais experiente tripulação do Hubble, com três veteranos do Hubble. A tripulação e a equipa da missão estão já a treinar arduamente, ansiando o lançamento e o complicado trabalho de reparar o Hubble."

Os astronautas tentarão fazer a primeira (de sempre) reparação em órbita de dois instrumentos em existência - o STIS (Space Telescope Imaging Spectrograph) e o ACS (Advanced Camera for Surveys). O ACS foi o instrumento mais usado no telescópio até que falhou em Janeiro último após cinco anos de operações. O STIS - o mais sofisticado espectógrafo a bordo do Hubble - tirou imagens detalhadas de objectos celestes e separou a luz nos seus componentes para avaliar as condições físicas das galáxias, estrelas, planetas e nebulosas.

Os novos instrumentos a serem instalados no telescópio são o COS (Cosmic Origins Spectrograph) e o WFC3 (Wide Field Camera 3). Entre muitos dos seus objectivos, o COS estudará a "rede cósmica." Esta estrutura do Universo a grande escala tem a sua forma determinada pela gravidade da matéria escura e pode ser traçada pelas galáxias e pelo gás intergaláctico. O COS irá também explorar como é que esta rede evoluíu ao longo dos milhares de milhões de anos e o papel que desempenha na formação e evolução das galáxias. O WFC3 será a primeira câmara "pancromática" do Hubble, providenciando um largo campo de visão e imagens esplendidamente detalhadas, ao longo de um grande espectro de cores de modo a servir de complemento a outras capacidades de imagem a bordo do Hubble.

"O nosso objectivo para esta missão é deixar o Hubble com o expoente máximo das suas capacidades científicas," disse David Leckrone, cientista sénior do projecto Hubble no Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland. "Com os nossos dois novos instrumentos, e mais as esperadas reparações do STIS e do ACS, teremos uma 'caixa de ferramentas' completa para atacar alguns dos realmente profundos problemas que existem hoje em dia na Astronomia, que variam entre a natureza da matéria escura e da energia escura, até à composição química das atmosferas dos planetas em torno das estrelas."

Os cientistas estão confiantes que muitas das maiores descobertas do Hubble estão ainda por vir.

"Com as novas capacidades que esperamos ter após esta missão de manutenção, prevejo que é no futuro que serão alcançados os maiores feitos do Hubble, eclipsando até os seus mais famosos sucessos passados," disse Stern.



Fonte: Astronomia On-line
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