- quinta ago 19, 2010 8:04 pm
#54023
Um inesperado e poderoso novo tipo de explosão estelar foi descoberto nos céus - uma denominada nova de raios-gama que irradia a mais energética forma de luz no Universo.
Uma nova é uma massiva explosão termonuclear de uma anã branca alimentada pela massa de uma estrela companheira. Ao contrário das supernovas, as novas não resultam na destruição das suas estrelas. Os investigadores esperavam e já tinham visto raios-X das ondas resultantes do gás em expansão em novas anteriores. Mas ao contrário das supernovas, não tinham visto raios-X emitidos por novas.
Agora os cientistas descobriram uma nova que expele raios-gama, ainda mais poderosos que os raios-X, ao usar o Telescópio Fermi em órbita da Terra, o mais sensível telescópio espacial raios-gama já construído.
"Esta é a primeira nova de raios-gama já observada," afirma o investigador Teddy Cheung, astrofísico do Laboratório Naval de Pesquisa em Washington.
Os raios-gama em questão emergiram do sistema binário conhecido como V407 Cygni, a uns 8800 anos-luz de distância, que consiste numa anã branca e numa gigante vermelha pulsante. Foram expelidos após uma nova avistada por astrónomos amadores japoneses em Março, que no seu pico estava mesmo abaixo do nível de visibilidade do olho nu, mais brilhante do que qualquer outro ponto nos quase 75 anos que os cientistas observam o sistema.
Os investigadores sugeriram que os raios-gama foram gerados quando as ondas de choque da nova colidiram com os ventos muito densos da gigante vermelha.
"À medida que a onda de choque se propaga para fora, age como um limpa-neves, varrendo material do vento estelar, e forma-se uma frente de choque," explica o investigador Adam Hill, astrofísico da Universidade de Joseph Fourier-Grenoble em França.
Protões e electrões são acelerados até energias muito altas nesta frente de choque. Por sua vez, eles produzem raios-gama.
Em muitas novas, a companheira da anã branca é uma estrela normal de sequência principal, e como tal tem um vento estelar muito menos denso quando comparada com a gigante vermelha em V407 Cygni, com menos material para gerar raios-gama. Prevê-se que muito poucos sistemas binários combinem o tipo de anãs brancas e gigantes vermelhas que explodem como novas, e como tal os investigadores esperam que as novas raios-gama sejam muito raras.
"É sempre excitante descobrir algo novo e inesperado," afirma Hill. Os investigadores do Fermi detalham os seus achados na edição de 13 de Agosto da revista Science.
O Telescópio Fermi não viu nenhum sinal da nova nos 19 dias anteriores a 10 de Março (esquerda), mas a erupção nos 19 dias seguintes é óbvia (direita). A imagem mostra os raios-gama, com uma energia de 100 milhões de electrões-volt (100 MeV); as cores mais brilhantes indicam energias maiores.
Crédito: NASA/DOE/Colaboração LAT Fermi
Astrónomos amadores japoneses descobriram a nova Cygni 2010 numa imagem obtida dia 10 de Março. A estrela em erupção era 10 vezes mais brilhante que numa imagem obtida vários dias antes. A nova alcançou um brilho máximo de magnitude 6,9, mesmo abaixo da visibilidade a olho nu.
Retirado de: Astronomia Online
Crédito: K. Nishiyama e F. Kabashima/H. Maehara, Universidade de Quioto
Uma nova é uma massiva explosão termonuclear de uma anã branca alimentada pela massa de uma estrela companheira. Ao contrário das supernovas, as novas não resultam na destruição das suas estrelas. Os investigadores esperavam e já tinham visto raios-X das ondas resultantes do gás em expansão em novas anteriores. Mas ao contrário das supernovas, não tinham visto raios-X emitidos por novas.
Agora os cientistas descobriram uma nova que expele raios-gama, ainda mais poderosos que os raios-X, ao usar o Telescópio Fermi em órbita da Terra, o mais sensível telescópio espacial raios-gama já construído.
"Esta é a primeira nova de raios-gama já observada," afirma o investigador Teddy Cheung, astrofísico do Laboratório Naval de Pesquisa em Washington.
Os raios-gama em questão emergiram do sistema binário conhecido como V407 Cygni, a uns 8800 anos-luz de distância, que consiste numa anã branca e numa gigante vermelha pulsante. Foram expelidos após uma nova avistada por astrónomos amadores japoneses em Março, que no seu pico estava mesmo abaixo do nível de visibilidade do olho nu, mais brilhante do que qualquer outro ponto nos quase 75 anos que os cientistas observam o sistema.
Os investigadores sugeriram que os raios-gama foram gerados quando as ondas de choque da nova colidiram com os ventos muito densos da gigante vermelha.
"À medida que a onda de choque se propaga para fora, age como um limpa-neves, varrendo material do vento estelar, e forma-se uma frente de choque," explica o investigador Adam Hill, astrofísico da Universidade de Joseph Fourier-Grenoble em França.
Protões e electrões são acelerados até energias muito altas nesta frente de choque. Por sua vez, eles produzem raios-gama.
Em muitas novas, a companheira da anã branca é uma estrela normal de sequência principal, e como tal tem um vento estelar muito menos denso quando comparada com a gigante vermelha em V407 Cygni, com menos material para gerar raios-gama. Prevê-se que muito poucos sistemas binários combinem o tipo de anãs brancas e gigantes vermelhas que explodem como novas, e como tal os investigadores esperam que as novas raios-gama sejam muito raras.
"É sempre excitante descobrir algo novo e inesperado," afirma Hill. Os investigadores do Fermi detalham os seus achados na edição de 13 de Agosto da revista Science.
O Telescópio Fermi não viu nenhum sinal da nova nos 19 dias anteriores a 10 de Março (esquerda), mas a erupção nos 19 dias seguintes é óbvia (direita). A imagem mostra os raios-gama, com uma energia de 100 milhões de electrões-volt (100 MeV); as cores mais brilhantes indicam energias maiores.
Crédito: NASA/DOE/Colaboração LAT Fermi
Astrónomos amadores japoneses descobriram a nova Cygni 2010 numa imagem obtida dia 10 de Março. A estrela em erupção era 10 vezes mais brilhante que numa imagem obtida vários dias antes. A nova alcançou um brilho máximo de magnitude 6,9, mesmo abaixo da visibilidade a olho nu.
Retirado de: Astronomia Online
Crédito: K. Nishiyama e F. Kabashima/H. Maehara, Universidade de Quioto