- quinta out 07, 2010 6:24 pm
#56318
Ao que parece a notícia da semana passada foi demasiado conservadora: uma equipa de caçadores de planetas da Universidade da Califórnia e do Instituto Carnegie em Washington anunciou a descoberta de um planeta com três vezes a massa da Terra em órbita de uma estrela vizinha a uma distância que o coloca mesmo no meio da sua "zona habitável".
Esta descoberta foi o resultado de mais uma década de observações usando o Observatório Keck no Hawaii, um dos maiores telescópios ópticos do mundo. A pesquisa, patrocinada pela NASA e pela NSF, coloca o planeta numa área onde pode existir água líquida à superfície. A ser confirmado, este poderá ser o exoplaneta mais parecido com a Terra já descoberto e o primeiro forte caso de um planeta extrasolar potencialmente habitável.
Para os astrónomos, um planeta "potencialmente habitável" é um planeta que pode sustentar vida, não necessariamente onde seres humanos poderiam viver. A habitabilidade depende de muitos factores, mas a presença de água líquida e de uma atmosfera são os mais importantes.
Os novos achados têm como base 11 anos de observações da vizinha anã vermelha Gliese 581 através do espectómetro HIRES acoplado ao Telescópio Keck I. O espectómetro permite medições precisas da velocidade radial de uma estrela (o seu movimento ao longo da linha de visão da Terra), que pode revelar a presença de planetas. O puxo gravitacional de um planeta em órbita provoca alterações periódicas na velocidade radial da estrela-mãe. Planetas múltiplos induzem oscilações complexas no movimento da estrela, e os astrónomos usaram análises sofisticadas para detectar planetas e determinar as suas órbitas e massas.
"As observações a longo-termo das oscilações de estrelas vizinhas permitiram a detecção deste sistema multi-planetário," afirma Mario R. Perez, cientista do programa Keck na sede da NASA em Washington. "O Keck prova uma vez mais que é uma ferramenta fantástica para a pesquisa científica."
Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia, e Paul Butler do Instituto Carnegie, lideraram o Estudo Exoplanetário de Lick-Carnegie. As novas descobertas da equipa foram publicadas na revista Astrophysical Journal.
"Os nossos achados oferecem um caso muito convincente de um planeta potencialmente habitável," afirma Vogt. "O facto de termos sido capazes de detectar este planeta tão rapidamente e tão perto diz-nos que planetas como este devem ser muito comuns."
O artigo explica a descoberta de dois novos planetas em torno de Gliese 581. Isto aumenta o número total de planetas conhecidos em torno desta estrela para seis, o mais numeroso sistema planetário além do nosso. Tal como o [nosso] Sistema Solar, os planetas em torno de Gliese 581 têm órbitas quase circulares.
O novo planeta, designado Gliese 581 g, tem uma massa três a quatro vezes a da Terra e orbita a sua estrela em apenas 37 dias. A sua massa indica que é provavelmente um planeta rochoso definitivamente com uma superfície e gravidade suficiente para suster uma atmosfera.
Gliese 581, localizada a 20 anos-luz de distância na direcção da constelação de Balança, tinha previamente outros dois planetas detectados e situados nas fronteiras da sua zona habitável, um no lado quente ou interior (planeta c) e outro no lado frio ou exterior (planeta d). Embora alguns astrónomos ainda pensem que Gliese 581 d possa ser habitável se tiver uma espessa atmosfera com um forte efeito de estufa para o aquecer, outros estão cépticos. O recém-descoberto planeta g, no entanto, situa-se mesmo no meio da zona habitável.
O planeta está preso à estrela por forças de marés, o que significa que um hemisfério está sempre virado para a estrela onde é perpetuamente de dia, enquanto no outro é perpetuamente de noite. Uma das consequências é, de acordo com Vogt, a estabilização dos climas à superfície do planeta. A zona mais habitável à superfície seria a linha entre a sombra e a luz (conhecida como "terminador").
Impressão de artista que mostra os quatro planetas interiores do sistema Gliese 581 e a sua estrela-mãe.
Crédito: Lynette Cook
As órbitas planetárias do sistema Gliese 581 em comparação com as órbitas dos planetas do Sistema Solar.
Crédito: NSF
Fonte: astronomia online
Esta descoberta foi o resultado de mais uma década de observações usando o Observatório Keck no Hawaii, um dos maiores telescópios ópticos do mundo. A pesquisa, patrocinada pela NASA e pela NSF, coloca o planeta numa área onde pode existir água líquida à superfície. A ser confirmado, este poderá ser o exoplaneta mais parecido com a Terra já descoberto e o primeiro forte caso de um planeta extrasolar potencialmente habitável.
Para os astrónomos, um planeta "potencialmente habitável" é um planeta que pode sustentar vida, não necessariamente onde seres humanos poderiam viver. A habitabilidade depende de muitos factores, mas a presença de água líquida e de uma atmosfera são os mais importantes.
Os novos achados têm como base 11 anos de observações da vizinha anã vermelha Gliese 581 através do espectómetro HIRES acoplado ao Telescópio Keck I. O espectómetro permite medições precisas da velocidade radial de uma estrela (o seu movimento ao longo da linha de visão da Terra), que pode revelar a presença de planetas. O puxo gravitacional de um planeta em órbita provoca alterações periódicas na velocidade radial da estrela-mãe. Planetas múltiplos induzem oscilações complexas no movimento da estrela, e os astrónomos usaram análises sofisticadas para detectar planetas e determinar as suas órbitas e massas.
"As observações a longo-termo das oscilações de estrelas vizinhas permitiram a detecção deste sistema multi-planetário," afirma Mario R. Perez, cientista do programa Keck na sede da NASA em Washington. "O Keck prova uma vez mais que é uma ferramenta fantástica para a pesquisa científica."
Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia, e Paul Butler do Instituto Carnegie, lideraram o Estudo Exoplanetário de Lick-Carnegie. As novas descobertas da equipa foram publicadas na revista Astrophysical Journal.
"Os nossos achados oferecem um caso muito convincente de um planeta potencialmente habitável," afirma Vogt. "O facto de termos sido capazes de detectar este planeta tão rapidamente e tão perto diz-nos que planetas como este devem ser muito comuns."
O artigo explica a descoberta de dois novos planetas em torno de Gliese 581. Isto aumenta o número total de planetas conhecidos em torno desta estrela para seis, o mais numeroso sistema planetário além do nosso. Tal como o [nosso] Sistema Solar, os planetas em torno de Gliese 581 têm órbitas quase circulares.
O novo planeta, designado Gliese 581 g, tem uma massa três a quatro vezes a da Terra e orbita a sua estrela em apenas 37 dias. A sua massa indica que é provavelmente um planeta rochoso definitivamente com uma superfície e gravidade suficiente para suster uma atmosfera.
Gliese 581, localizada a 20 anos-luz de distância na direcção da constelação de Balança, tinha previamente outros dois planetas detectados e situados nas fronteiras da sua zona habitável, um no lado quente ou interior (planeta c) e outro no lado frio ou exterior (planeta d). Embora alguns astrónomos ainda pensem que Gliese 581 d possa ser habitável se tiver uma espessa atmosfera com um forte efeito de estufa para o aquecer, outros estão cépticos. O recém-descoberto planeta g, no entanto, situa-se mesmo no meio da zona habitável.
O planeta está preso à estrela por forças de marés, o que significa que um hemisfério está sempre virado para a estrela onde é perpetuamente de dia, enquanto no outro é perpetuamente de noite. Uma das consequências é, de acordo com Vogt, a estabilização dos climas à superfície do planeta. A zona mais habitável à superfície seria a linha entre a sombra e a luz (conhecida como "terminador").
Impressão de artista que mostra os quatro planetas interiores do sistema Gliese 581 e a sua estrela-mãe.
Crédito: Lynette Cook
As órbitas planetárias do sistema Gliese 581 em comparação com as órbitas dos planetas do Sistema Solar.
Crédito: NSF
Fonte: astronomia online