- segunda jan 07, 2008 10:22 pm
#19989
Imagens do satélite japonês Hinode revelaram novos dados sobre o campo magnético do Sol e as origens do vento solar, que avaria redes eléctricas, satélites e comunicações aqui na Terra.
Os dados mostram que as ondas magnéticas desempenham um papel crítico na condução do vento solar para o espaço. O vento solar é uma corrente de gás electricamente carregado, expelido pelo Sol em todas as direcções a velocidades de quase 1,6 milhões de quilómetros por hora. Uma melhor compreensão do vento solar pode levar a previsões mais detalhadas dos estragos das ondas de radiação antes de atingirem os satélites. As descobertas dos cientistas foram publicadas na edição de 7 de Dezembro da revista Science.
Há décadas que se debate a formação e alimentação do vento solar. As poderosas ondas magnéticas Alfvén no gás electricamente carregado perto do Sol têm sido o maior candidato como força na formação do vento solar, pois em princípio as ondas Alfvén podem transferir energia desde a superfície do Sol até à sua atmosfera, ou coroa, até ao vento solar.
Na atmosfera solar, as ondas Alfvén são criadas quando os movimentos convectivos e ondas sonoras puxam os campos magnéticos, ou quando os processos dinâmicos criam correntes eléctricas que permitem com que os campos magnéticos mudem de forma ou se liguem.
"Até agora, as ondas Alfvén não têm sido possíveis de observar devido à limitada resolução dos instrumentos disponíveis," disse Alexei Pevtsov, cientista do programa Hinode. "Com a ajuda do Hinode, somos agora capazes de observar provas directas das ondas Alfvén, que nos ajudarão a desvendar o mistério de como é alimentado o vento solar."
Usando o telescópio raios-X de alta-resolução a bordo da sonda Hinode, uma equipa liderada por Jonathan Cirtain, físico solar no Centro Aerospacial Marshall da NASA em Hunstville, Alaska, EUA, foi capaz de descer até à coroa nos pólos do Sol e observar jactos raios-X em número recorde. Os jactos são fontes de plasma quente em rápido movimento. Os estudos anteriores detectaram apenas uns quantos jactos diários.
Com a grande sensibilidade do Hinode, a equipa de Cirtain observou uma média de 240 jactos por dia. Concluem que as ligações magnéticas, um processo no qual dois campos magnéticos de carga oposta colidem e libertam energia, ocorrem frequentemente na parte inferior da coroa solar. Esta interacção tanto forma as ondas Alfvén como as libertações de jactos de plasma energético observáveis em raios-X.
"Estas observações mostram uma clara relação entre as ligações magnéticas e a formação de ondas Alfvén nos jactos em raios-X," disse Cirtain. "O grande número de jactos, em junção com as altas velocidades do plasma, dão acrescido alento à ideia que os jactos em raios-X são uma força condutora na criação do rápido vento solar."
Outra equipa de estudo, liderada por Bart de Pontieu, físico solar no Laboratório Solar e Astrofísico da Lockheed Martin em Palo Alto, Califórnia, focou a sua pesquisa na cromosfera do Sol, a região entre a superfície solar e a sua coroa. Usando imagens em extrema alta-resolução obtidas pelo Telescópio Óptico Solar do Hinode, a equipa de De Pontieu descobriu que a cromosfera está cheia de ondas Alfvén. Quando as ondas são libertadas para a coroa, são fortes o suficiente para alimentar o vento solar.
"Descobrimos que a maioria destas ondas Alfvén têm períodos de alguns minutos, muito mais tempo que os modelos teóricos assumiam no passado," diz De Pontieu. Comparações com simulações computacionais avançadas da Universidade de Oslo, Noruega, indicam que a ligação não é a única fonte das ondas Alfvén. "As simulações indicam que muitas das ondas ocorrem quando o campo magnético do Sol é remexido pelos movimentos convectivos e pelas ondas sonoras na baixa atmosfera," finaliza De Pontieu.
Esta imagem claramente mostra um jacto em raios-X lançando plasma para o Sistema Solar a partir do buraco coronal no pólo norte do Sol.
Crédito: SAO/NASA/JAXA/NAOJ
Tirada pelo Telescópio Óptico Solar a 11 de Novembro de 2006, esta imagem revela a estrutura da cromosfera que se extende para fora por cima do topo das células de convexão, ou granulação, da fotosfera. A estrutura resulta da interacção do gás ionizado quente com o campo magnético.
Crédito: Hinode JAXA/NASA
Fonte: Astronomia On-line
Os dados mostram que as ondas magnéticas desempenham um papel crítico na condução do vento solar para o espaço. O vento solar é uma corrente de gás electricamente carregado, expelido pelo Sol em todas as direcções a velocidades de quase 1,6 milhões de quilómetros por hora. Uma melhor compreensão do vento solar pode levar a previsões mais detalhadas dos estragos das ondas de radiação antes de atingirem os satélites. As descobertas dos cientistas foram publicadas na edição de 7 de Dezembro da revista Science.
Há décadas que se debate a formação e alimentação do vento solar. As poderosas ondas magnéticas Alfvén no gás electricamente carregado perto do Sol têm sido o maior candidato como força na formação do vento solar, pois em princípio as ondas Alfvén podem transferir energia desde a superfície do Sol até à sua atmosfera, ou coroa, até ao vento solar.
Na atmosfera solar, as ondas Alfvén são criadas quando os movimentos convectivos e ondas sonoras puxam os campos magnéticos, ou quando os processos dinâmicos criam correntes eléctricas que permitem com que os campos magnéticos mudem de forma ou se liguem.
"Até agora, as ondas Alfvén não têm sido possíveis de observar devido à limitada resolução dos instrumentos disponíveis," disse Alexei Pevtsov, cientista do programa Hinode. "Com a ajuda do Hinode, somos agora capazes de observar provas directas das ondas Alfvén, que nos ajudarão a desvendar o mistério de como é alimentado o vento solar."
Usando o telescópio raios-X de alta-resolução a bordo da sonda Hinode, uma equipa liderada por Jonathan Cirtain, físico solar no Centro Aerospacial Marshall da NASA em Hunstville, Alaska, EUA, foi capaz de descer até à coroa nos pólos do Sol e observar jactos raios-X em número recorde. Os jactos são fontes de plasma quente em rápido movimento. Os estudos anteriores detectaram apenas uns quantos jactos diários.
Com a grande sensibilidade do Hinode, a equipa de Cirtain observou uma média de 240 jactos por dia. Concluem que as ligações magnéticas, um processo no qual dois campos magnéticos de carga oposta colidem e libertam energia, ocorrem frequentemente na parte inferior da coroa solar. Esta interacção tanto forma as ondas Alfvén como as libertações de jactos de plasma energético observáveis em raios-X.
"Estas observações mostram uma clara relação entre as ligações magnéticas e a formação de ondas Alfvén nos jactos em raios-X," disse Cirtain. "O grande número de jactos, em junção com as altas velocidades do plasma, dão acrescido alento à ideia que os jactos em raios-X são uma força condutora na criação do rápido vento solar."
Outra equipa de estudo, liderada por Bart de Pontieu, físico solar no Laboratório Solar e Astrofísico da Lockheed Martin em Palo Alto, Califórnia, focou a sua pesquisa na cromosfera do Sol, a região entre a superfície solar e a sua coroa. Usando imagens em extrema alta-resolução obtidas pelo Telescópio Óptico Solar do Hinode, a equipa de De Pontieu descobriu que a cromosfera está cheia de ondas Alfvén. Quando as ondas são libertadas para a coroa, são fortes o suficiente para alimentar o vento solar.
"Descobrimos que a maioria destas ondas Alfvén têm períodos de alguns minutos, muito mais tempo que os modelos teóricos assumiam no passado," diz De Pontieu. Comparações com simulações computacionais avançadas da Universidade de Oslo, Noruega, indicam que a ligação não é a única fonte das ondas Alfvén. "As simulações indicam que muitas das ondas ocorrem quando o campo magnético do Sol é remexido pelos movimentos convectivos e pelas ondas sonoras na baixa atmosfera," finaliza De Pontieu.
Esta imagem claramente mostra um jacto em raios-X lançando plasma para o Sistema Solar a partir do buraco coronal no pólo norte do Sol.
Crédito: SAO/NASA/JAXA/NAOJ
Tirada pelo Telescópio Óptico Solar a 11 de Novembro de 2006, esta imagem revela a estrutura da cromosfera que se extende para fora por cima do topo das células de convexão, ou granulação, da fotosfera. A estrutura resulta da interacção do gás ionizado quente com o campo magnético.
Crédito: Hinode JAXA/NASA
Fonte: Astronomia On-line