- quarta ago 18, 2010 8:36 pm
#53941
Existem locais no espaço onde a força gravitacional entre um planeta e o Sol equilibra-se, permitindo com que outros corpos se mantenham estáveis. Estes sítios são chamados de pontos de Lagrange. Já foram descobertos alguns asteróides troianos nestes pontos estáveis perto de Júpiter e Neptuno. Os troianos partilham a órbita do seu planeta e ajudam os astrónomos a melhor perceber como os planetas se formaram e como o Sistema Solar evoluíu. Agora, Scott Sheppard do Departamento de Magnetismo Terrestre do Instituto Carnegie e Chad Trujillo descobriram o primeiro asteróide troiano, 2008 LC18, numa região de estabilidade difícil-de-detectar de Neptuno, chamada ponto de Lagrange L5. Os cientistas usaram a descoberta para estimar a população de asteróides aí e para descobrir que é semelhante à população de asteróides no ponto L4 de Neptuno. Um artigo sobre a descoberta foi publicado na edição de 12 de Agosto da revista Science Express.
Sheppard explica: "As regiões de estabilidade L4 e L5 de Neptuno situam-se a cerca de 60 graus para a frente e para trás do planeta, respectivamente. Ao contrário dos outros três pontos de Lagrange, estas duas áreas são particularmente estáveis, por isso a poeira e outros objectos tendem a lá ficar. Descobrimos 3 dos 6 Troianos conhecidos da região L4 de Neptuno nos últimos anos, mas o ponto L5 é muito difícil de observar devido à linha de visão da região ficar perto do centro brilhante da nossa Galáxia.
Os cientistas inventaram uma estratégia de observação única. Usando imagens de uma inspecção de todo o céu, identificaram locais nas regiões de estabilidade onde as nuvens de poeira da nossa Galáxia bloquearam a luz estelar de fundo do plano galáctico, providenciando uma janela observacional para os asteróides em frente. Descobriram o troiano da região L5 de Neptuno com o telescópio japonês de 8,2 metros, Subaru, no Hawaii, e determinaram a sua órbita com os telescópios Magalhães de 6,5 metros em Las Campanas, Chile.
"Nós estimamos que o novo Troiano de Neptuno tenha um diâmetro de aproximadamente 100 quilómetros e que existam cerca de 150 troianos de tamanho semelhante na região L5 de Neptuno," acrescenta Sheppard. "Coincide com as estimativas populacionais para a região L4. Isto torna os troianos de Neptuno na ordem dos 100 quilómetros mais numerosos do que os corpos na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter. Existem menos troianos de Neptuno conhecidos simplesmente porque são muito ténues devido à distância da Terra."
O troiano da região L5 tem uma órbita muito inclinada em relação ao plano do Sistema Solar, tal como alguns na região L4. Isto sugere que foram capturados para estas regiões estáveis durante o princípio do Sistema Solar, quando Neptuno movia-se numa órbita muito diferente da de hoje. A captura ou foi através de uma lenta migração planetária ou à medida que os planetas gigantes assentavam nas suas órbitas, a sua atracção gravitacional pode ter capturado e "congelado" asteróides nestes locais. O Sistema Solar foi provavelmente um lugar muito mais caótico durante essa altura, com tantos corpos agitados em órbitas tão irregulares.
A região do espaço estudada também incluíu um volume através da qual a sonda New Horizons irá passar após o seu encontro com Plutão em 2015. A pesquisa foi suportada em parte pela missão New Horizons.
Esquema que mostra as regiões de Lagrange em redor da órbita de Neptuno.
Crédito: Scott Sheppard
Imagens da descoberta no asteróide troiano da região L5 de Neptuno.
Crédito: Scott Sheppard, Telescópio Subaru
Retirado de: Astronomia Online
Sheppard explica: "As regiões de estabilidade L4 e L5 de Neptuno situam-se a cerca de 60 graus para a frente e para trás do planeta, respectivamente. Ao contrário dos outros três pontos de Lagrange, estas duas áreas são particularmente estáveis, por isso a poeira e outros objectos tendem a lá ficar. Descobrimos 3 dos 6 Troianos conhecidos da região L4 de Neptuno nos últimos anos, mas o ponto L5 é muito difícil de observar devido à linha de visão da região ficar perto do centro brilhante da nossa Galáxia.
Os cientistas inventaram uma estratégia de observação única. Usando imagens de uma inspecção de todo o céu, identificaram locais nas regiões de estabilidade onde as nuvens de poeira da nossa Galáxia bloquearam a luz estelar de fundo do plano galáctico, providenciando uma janela observacional para os asteróides em frente. Descobriram o troiano da região L5 de Neptuno com o telescópio japonês de 8,2 metros, Subaru, no Hawaii, e determinaram a sua órbita com os telescópios Magalhães de 6,5 metros em Las Campanas, Chile.
"Nós estimamos que o novo Troiano de Neptuno tenha um diâmetro de aproximadamente 100 quilómetros e que existam cerca de 150 troianos de tamanho semelhante na região L5 de Neptuno," acrescenta Sheppard. "Coincide com as estimativas populacionais para a região L4. Isto torna os troianos de Neptuno na ordem dos 100 quilómetros mais numerosos do que os corpos na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter. Existem menos troianos de Neptuno conhecidos simplesmente porque são muito ténues devido à distância da Terra."
O troiano da região L5 tem uma órbita muito inclinada em relação ao plano do Sistema Solar, tal como alguns na região L4. Isto sugere que foram capturados para estas regiões estáveis durante o princípio do Sistema Solar, quando Neptuno movia-se numa órbita muito diferente da de hoje. A captura ou foi através de uma lenta migração planetária ou à medida que os planetas gigantes assentavam nas suas órbitas, a sua atracção gravitacional pode ter capturado e "congelado" asteróides nestes locais. O Sistema Solar foi provavelmente um lugar muito mais caótico durante essa altura, com tantos corpos agitados em órbitas tão irregulares.
A região do espaço estudada também incluíu um volume através da qual a sonda New Horizons irá passar após o seu encontro com Plutão em 2015. A pesquisa foi suportada em parte pela missão New Horizons.
Esquema que mostra as regiões de Lagrange em redor da órbita de Neptuno.
Crédito: Scott Sheppard
Imagens da descoberta no asteróide troiano da região L5 de Neptuno.
Crédito: Scott Sheppard, Telescópio Subaru
Retirado de: Astronomia Online